segunda-feira, 18 de maio de 2015


 Consumo de suplementos em mulheres e risco cardiovascular

         Atualmente, o uso de suplementos é bem difundido na população. Os multivitamínicos-minerais estão entre os mais utilizados, e em muitos casos são administrados de forma errônea e sem a devida orientação 1,2.
         De fato, já é comprovado que as vitaminas e minerais são essenciais para a prevenção e tratamento de diversas patologias3. A ação das vitaminas é considerável devido à atuação antioxidante que estas fornecem4.
Em adição, as vitaminas do complexo B atuam como cofatores em vias metabólicas, e sua deficiência pode causar alguns distúrbios de origem como as doenças cardiovasculares, aumento da deposição de gordura, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, entre outros5.
Os minerais por sua vez- como o zinco, magnésio, cobre, cálcio e o selênio- são importantes cofatores de reações enzimáticas, que também envolvem o sistema antioxidante, e por este motivo auxiliam na diminuição dos processos oxidativos causados em algumas condições6. Além disso, são imprescindíveis para a saúde endotelial, um critério que em desequilíbrio, associa-se a distúrbios inflamatórios7.
Com base nestes mecanismos, um estudo publicado neste ano conduzido com 8678 pessoas com idade superior a 40 anos, mostrou que o uso de suplementos multivitamínicos e multivitamínicos-minerais por 3 anos foi capaz de reduzir o risco cardiovascular em mulheres 8. (Leia mais em BAILEY et al.; Journal of Nutrition; 2015.)
Embora a administração de vitaminas e minerais seja uma estratégia interessante, é importante ressaltar que em muitos casos, estes produtos não atendem as necessidades individuais expressas pelos pacientes. Assim, eles são expostos á nutrientes em quantidades excessivas ou insuficientes para determinadas condições, podendo prejudicar ou enfatizar algum sintoma.
Desta forma, o uso de qualquer suplemento deve ser orientado por profissionais capacitados, que estão cientes dos quesitos que devem ser considerados no momento da conduta. Para isso, o nutricionista será capaz de realizar avaliações mais precisas sobre deficiências ou excessos nutricionais, para melhor intervenção nutricional.

Referencias Bibliográficas

TUCKER, B.M.; SAFADI, S.; FRIEDMAN, A.N. Is routine multivitamin supplementation necessary in US chronic adult Hemodialysis Patients? A systematic review. J Ren Nutr; 25(3):257-264,2015.
WARD, E. Addressing nutritional gaps with multivitamin and mineral supplements. Nut J;2014.
DIETRICH, S.; ARREGUI, M.; DIAS, S. Dietary supplements and risk of cause-specific death, cardiovascular disease, and cancer: a protocol for systematic review and network meta-analysis of primary prevention trials. Syst Rev; 4(1):34, 2015.
INDO, H.P.; YEN, H.C.; NAKANISHI, I. A mitochondrial superoxide theory for oxidative stress diseases and aging. J Clin Biochem Nutr; 56(1):1-7, 2015.
GINTER, E. SIMKO, V.; PANAKOVA, V. Antioxidants in health and disease. Bratisl Let Listy; 115(10):603-6, 2014.
SITI, H.N.; KAMISAH, Y.; KAMSIAH, J. The role of oxidative stress, antioxidants and vascular inflammation in cardiovascular disease ( a review). Vascul Pharmacol; 2015.
ABUJAH, C.I.; OHBONNA, A.C.; OSUJI, C.M. Functional components and medicinal properties of food: a review. J Food Sci Technol; 52(5):2522-9, 2015.

BAILEY, R.L.; KASHOURI, T.H.; YIKYUNG, P. et al. Multivitamin-mineral use is associated with reduced risk of cardiovascular disease mortality among women in the United States. Journal of Nutrition; 2015.

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