terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Nutricionista Valéria Paschoal participa da posse da Ministra Tereza Campello do MDS, em Brasília 


Por: José Maria Filho jornalista Mtb 19.852


Da direita para esquerda: a Nutricionista Valéria Paschoal, Diretora da VP Consultoria Nutricional, a Ministra Tereza Campello do MDS e a Nutricionista Simone Rocha - Presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal durante a posse da recondução da economista Tereza Campello a frente do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome




Discurso de recondução ao cargo da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a economista Tereza Campello


Durante o evento que contou com as presenças de Ministros como Cid Gomes, da Educação, Arthur Chioro, da Saúde e outros foi apresentado o livro “Brasil Sem Miséria” um retrato das transformações sociais do país nos últimos 12 anos.
Em seu discurso a Ministra Tereza Campello, agradeceu as presenças de todos: “confesso que nós ficamos com dúvidas com relação a fazer esse evento. Vocês participaram de vários eventos, todos eles de transmissão de cargo. Nós estamos num evento diferente, que é de recondução, mas nós pensamos e achamos que é importante ter um ritual que marque tudo isso que nós construímos conjuntamente, mais ainda em se tratando do MDS, que sintetiza toda a agenda de esforço de inclusão, toda a agenda de desenvolvimento inclusivo que vem sendo feita ao longo do governo do presidente Lula e da presidente Dilma e, portanto, não poderíamos deixar esse momento passar em branco, sem ter um ritual, mesmo que não fosse um ritual de passagem”.

A economista Tereza Campello falou da trajetória de construção de um modelo de desenvolvimento com inclusão, o Brasil Sem Miséria, que transformou de forma inexorável o país. “Temos que reafirmar nosso legado para não permitir retrocessos e para continuar avançando sempre. Batemos todas as nossas metas antes do prazo. Em dezembro, antes mesmo de terminar o mandato da presidente Dilma, publicamos esse livro, que é o Brasil Sem Miséria, que consolida o esforço coletivo do governo, registra o conjunto dos nossos feitos, registra os processos construídos conjuntamente e que, portanto, para nós também é um produto entregue junto com o conjunto dessas várias realizações que conseguimos entregar em dezembro”.

Em 800 páginas, o livro escrito a muitas mãos, como foi a construção e a implementação do Brasil Sem Miséria, traz o texto sobre a saúde, por exemplo, mostra como, sem ferir o grande princípio de acesso universal à saúde, se consegui garantir acesso aos mais pobres, com piso básico diferenciado e ações específicas.
Os textos da educação, que são vários, escritos pelo ex-ministro José Henrique Paim, mostra como Pronatec chegou aos mais pobres através da parceria com a rede de assistência social. As parcerias na floresta, com o Bolsa Verde, com o Incra e o MDA, no desenvolvimento de assentamentos, para populações específicas.
São 32 textos que registram uma experiência de gestão. O livro já está à disposição on line pelo endereço: www.
mds.gov.br

Balanço

De acordo com a Ministra, o Bolsa Família hoje está praticamente universalizado entre os que têm o perfil, entre os que precisam. “Universalizamos também a rede de equipamentos de assistência social, a rede dos CRAS. Inovamos criando equipes volantes e lanchas que vão até as comunidades isoladas”.
Segurança Hídrica
Nunca se investiu tanto em acesso a água para os mais pobres. Chegamos a 1,1 milhão de cisternas, sendo 750 mil feitas no governo da presidenta Dilma. Aliás, era até melhor a gente contar não 1,1 milhão de cisternas, mas um milhão e 100 mil mulheres livres de carregar água em lata na cabeça dia a dia.

Ela destaca a prioridade para a inclusão econômica. “Realizamos um grande esforço, em escala, para facilitar e melhorar a inclusão econômica dos adultos do Bolsa Família. Vou repetir de novo aquilo que sempre digo: o povo do Bolsa Família, os adultos, trabalham e trabalham muito. Felizmente, as crianças não trabalham mais. Mas eles querem melhorar de vida, querem melhorar sua inserção econômica e é isso que nós estamos viabilizando em grande escala. Essa é uma reflexão importante. Um conjunto de ações orquestradas dentro do Brasil Sem Miséria permitiu levar, por exemplo, em conjunto com o MEC e o Sistema S, 1,5 milhão de pessoas de baixa renda para os cursos de qualificação profissional do Pronatec. Com o Programa Crescer e com demais bancos públicos, levamos microcrédito produtivo a 400 mil beneficiários do Bolsa Família, são 400 mil famílias. Isso nos garantiu formalizar 400 mil empreendedores em parceria com o Sebrae. E levar recursos não reembolsáveis, sementes, insumos a 350 mil agricultores familiares, pescadores, extrativistas, junto e em parceria com o MDA”.

Interdisciplinaridade

        
“Não estamos falando em tese. Nós construímos esta agenda e a estamos aprofundando cada vez mais no Brasil. Construímos ações intersetoriais que chegaram a milhões. São 17 milhões de alunos do Bolsa Família monitorados mensalmente pela rede de educação. São 9 milhões de crianças no Brasil que tiveram acesso à megadose de vitamina A na área de saúde, dentro do Brasil Carinhoso. E assim se multiplicam milhares de experiências interdisciplinares, como é o caso de milhões de mulheres e crianças que tiveram acesso ao registro civil, também graças a ações em parceria, a maioria dessas mulheres e crianças extremamente pobres. Essas experiências têm que ser mantidas e aprofundadas. São experiências simples, replicáveis em grande escala, com grande abrangência, chegando a todo Brasil”.

Por termos optado por atuar com políticas de impacto e escala, podemos comemorar. Resgatamos 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, 22 milhões apenas no governo da presidente Dilma. O Brasil saiu do Mapa da Fome da FAO. Hoje, temos a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome e que está na escola.

Ações para o Futuro

É preciso avançar na geração de oportunidades para os mais pobres. Esse é o grande desafio que se impõe no próximo período: casar ainda mais a qualificação profissional e a intermediação de mão de obra, permitindo que, cada vez mais, se reduzam as distâncias e o tempo para garantir vagas no emprego.

Também é necessário avançar no apoio às propostas mais coletivas de cooperativas de economia solidária. Tendo avançado tanto nas grandes políticas de abrangência nacional, temos o desafio de trabalhar com públicos específicos, sejam os ainda sujeitos à insegurança alimentar, como indígenas e quilombolas, sejam as populações rurais isoladas ou as populações em grandes centros urbanos também muitas vezes em situação de isolamento.
Queremos nos dedicar ainda mais à solução de problemas que afetam extrativistas e povos e comunidades tradicionais. Já começamos a tratar deste tema com o nosso Ministro Miguel Rossetto, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Eu sempre digo uma frase que eu acho que tem que nortear também a nossa agenda no próximo período: “foi muito mais fácil acabar com a miséria do que acabar com o preconceito contra os pobres”. Essa certamente é uma agenda do próximo período. A luta contra o preconceito se mantém como um desafio na nossa próxima gestão.









segunda-feira, 26 de janeiro de 2015




Sustentabilidade II
Sacola verde: traz de volta uma questão crônica, a baixa reciclagem de lixo na cidade de São Paulo

Por José Maria Filho-Jornalista MTb 19.852
         A maior cidade da América Latina ostenta números inacreditáveis quando se trata de coleta seletiva de lixo, atualmente apenas 2% do lixo da cidade compõe a coleta seletiva. A prefeitura espera aumentar esse volume para 10% até 2016.
O prefeito de São Paulo Fernando Haddad regulamentou a lei 15.374/2011, que proíbe a distribuição gratuita ou a venda de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais da capital e recentemente foi considerada válida pela Justiça. Os comerciantes têm até 5 de fevereiro para se adaptar às novas regras, que autorizam a distribuição ou a venda de uma nova sacola padronizada, verde, para ser reutilizada apenas para descartar lixo reciclável. A regulamentação está prevista no Decreto 55.827, publicada no Diário Oficial do Município no último dia 7 de janeiro de 2015.
De acordo com Haddad, a medida atende todos os interesses. “O que nós procuramos fazer é conciliar interesses contraditórios. É um modelo que atende a todos os envolvidos: a indústria produtora das sacolas que corria o risco de demitir trabalhadores, o consumidor que quer comodidade para carregar suas compras e o meio ambiente que não pode continuar a ser degradado”, afirmou Haddad.
As sacolinhas descartáveis, que atualmente são distribuídas principalmente nos supermercados, estão proibidas. Já a nova sacolinha verde será usada pelo consumidor para carregar as compras e depois deverá ser reutilizada para descartar o lixo reciclável, que será enviado a uma das centrais de triagem mecanizadas ou manuais nas cooperativas. A sacola verde não poderá ser usada para o descarte do lixo orgânico, que deverá ser depositado em sacos plásticos.
O novo padrão de sacola foi desenvolvido para adequar-se à coleta seletiva. É feita de cana de açúcar, um material renovável. Suporta carregar até 10 quilos e é cerca de 40% maior que as sacolas atualmente distribuídas nos supermercados. Terá resistência maior e permitirá, por exemplo, o transporte de até três garrafas PET cheias. As novas sacolas serão verdes e apresentarão orientações sobre o acondicionamento adequado dos resíduos recicláveis. Estima-se que o custo para os estabelecimentos é equivalente ao do modelo utilizado atualmente.
Segundo o secretário Simão Pedro (Serviços), também estão sendo preparados novos modelos de sacolas nas cores marrom e cinza, adequadas ao descarte de lixo orgânico para compostagem e de inservíveis, resíduos que não podem ser reciclados. A utilização das sacolinhas plásticas convencionais para o descarte dos resíduos não-recicláveis dificulta o manejo dos aterros sanitários.
“Não é apenas a questão de levar plástico para o aterro sanitário. A sacolinha é um vilão porque cria dificuldade em fazer a acomodação das camadas de resíduos e de solo. Dificulta a estruturação por criar bolsões de ar e desequilibrar o aterro”, explicou o secretário Wanderley Meira do Nascimento (Verde e Meio Ambiente). Para ele o uso das sacolas também será acompanhado de um trabalho de educação ambiental, principalmente com as crianças. O Secretário informa que  a população passará por um período de adaptação, em que receberá orientações sobre a maneira mais adequada de utilizar e descartar as sacolas, tanto nos estabelecimentos quanto pelo poder público.
Fiscalização
“O descumprimento das novas regras é uma infração administrativa ambiental, com punição estabelecida pela legislação federal”, disse o secretário Simão Pedro.
A fiscalização do uso das sacolas verdes será realizada pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. Pelo decreto, as penas são determinadas pelo decreto federal 6514, de 22 de julho de 2008. O comerciante que desrespeitar a lei poderá receber uma multa de R$ 500 a R$ 2 milhões, de acordo com a gravidade e o impacto do dano provocado ao meio ambiente. Já o cidadão que não cumprir as regras poderá receber advertência e, em caso de reincidência, poderá ter que pagar uma multa com valor entre R$ 50 e R$ 500. De acordo com a lei 13.478, apresentar lixo para coleta regular em recipiente inadequado pode gerar uma multa de R$ 63,22.
Mas qual estrutura a cidade oferece para o consumidor reciclar?
Reciclagem
As diretrizes para a gestão de resíduos sólidos na cidade estão organizadas no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade de São Paulo (PGIRS), documento elaborado de maneira participativa com entidades e cooperativas. Em 2014, a Prefeitura inaugurou duas centrais mecanizadas, com capacidade para processar 500 toneladas de recicláveis por dia, em processo pioneiro na América Latina. Até 2016, serão instaladas mais duas centrais mecanizadas, na Vila Maria e em São Mateus, atingindo a marca de cerca de 1.250 toneladas diárias. A meta é aumentar o percentual de coleta seletiva em São Paulo de 2% para 10%, até 2016.
Na capital, em 2014, dez novos distritos passaram a contar com coleta seletiva e mais 40 tiveram a coleta universalizada. No total, 85 distritos têm coleta de recicláveis. Atualmente, a Amlurb tem cadastradas para triagem manual 22 cooperativas e associações de catadores, que juntas processam manualmente cerca de 250 toneladas por dia. Na agenda ambiental da cidade está ainda a reutilização dos resíduos orgânicos por compostagem, para redução da quantidade de materiais enviados aos aterros sanitários.
A nova legislação pode gerar muitas dúvidas nos consumidores:
1- Posso usar a sacola verde para jogar o lixo do banheiro ou da cozinha?
Não. A lei não permite que resíduos orgânicos ou não-recicláveis, como papel higiênico, fraldas ou restos de alimentos, sejam descartados na sacola verde. A nova sacolinha que o supermercado oferecer somente pode ser usada para o lixo reciclável, como embalagens de papel, plástico e vidro, por exemplo.
2- Só posso jogar o lixo reciclável se for na sacola verde?
Não. O lixo reciclável também pode ser descartado de outras maneiras, em sacos de lixo comuns ou em sacolinhas convencionais, por exemplo.
3- O que acontece se jogar o lixo comum na sacola verde?
O cidadão pode ser advertido e até multado. O objetivo da lei é evitar que as novas sacolinhas sejam despejadas nos aterros junto com os resíduos que não são reciclados. Se enviadas aos aterros, as sacolas deixam de ser reutilizadas pela reciclagem, prejudicam o meio ambiente e podem provocar acidentes por dificultar o depósito dos resíduos.
4- Sou obrigado a usar a sacola verde, mesmo que o supermercado cobre?
Não. O consumidor pode escolher qual embalagem é mais conveniente. Algumas possibilidades são as sacolas de tecido e lona, carrinhos ou caixas de papelão, por exemplo. Caso decida transportar os produtos na sacola verde, terá que descartá-la na coleta seletiva.






sexta-feira, 23 de janeiro de 2015


Sustentabilidade
  “Lixo da indústria de alimentos” pode virar energia limpa
Por: José Maria Filho – Jornalista MTb 19.852


Foto: Reprodução
Pesquisadores do Cempeqc/Unesp desenvolvem metodologia para produzir hidrogênio a partir de águas residuárias do beneficiamento da laranja
Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara (SP) estudam a viabilidade de usar a água residuária da indústria de suco de laranja para produzir hidrogênio – uma fonte de energia renovável, inesgotável e não poluente.
A pesquisa, apoiada pela FAPESP, está em andamento no Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados (Cempeqc) do Instituto de Química da Unesp.
“A vantagem de produzir hidrogênio a partir de águas residuárias é aproveitar, de maneira sustentável, uma fonte de carbono que hoje está sendo descartada”, argumentou Sandra Imaculada Maintinguer, pesquisadora do Cempeqc.
De acordo com a pesquisadora, a proposta é reaproveitar a energia gerada localmente, na própria indústria, para abastecer as bombas dos sistemas de tratamento biológico, por exemplo.
“O método poderia beneficiar não apenas o setor citrícola, como o sucroalcoleiro, indústrias de refrigerantes, cervejas e de outros alimentos”, afirmou Maintinguer.
O hidrogênio, explicou a pesquisadora, é quase três vezes mais energético que os hidrocarbonetos e que o metano e quatro vezes mais que o etanol. No entanto, em razão do custo ainda elevado de armazenamento e transporte, seria inviável usar o gás, por exemplo, para substituir a energia hidrelétrica – ainda muito barata no Brasil.
O grupo de pesquisadores do Cempeqc está estudando três diferentes resíduos do beneficiamento da laranja cedidos por uma empresa situada em Matão (SP): o melaço, a vinhaça e a água residuária.
Embora o melaço e a vinhaça apresentem concentrações mais elevadas de açúcares (40 a 150 g glicose/L), testes preliminares sugerem que a água residuária (12g glicose/L) é a mais indicada para a produção biológica de hidrogênio.
“Quando a concentração de substrato é muito elevada, pode ocorrer a inibição do crescimento dos microrganismos que quebram os açúcares em moléculas menores, como ácidos orgânicos e hidrogênio. Existe uma faixa ideal, que parece ser a da água residuária”, disse Maintinguer.
Além da glicose, os pesquisadores também encontraram outras fontes de carbono na água residuária, como frutose e ácidos orgânicos, além de impurezas como óleos e detergentes usados no processo industrial.
“Fizemos os testes usando a água residuária com todas as impurezas e, mesmo assim, os resultados foram muito promissores. Conseguimos transformar cerca de 65% desse resíduo em hidrogênio. Como os microrganismos usam os nutrientes para crescer e se multiplicar em primeiro lugar, a produção nunca chega a 100%”, explicou a pesquisadora.
Arqueas metanogênicas
Os ensaios, em escala de bancada, foram feitos em reatores anaeróbios (frascos de vidro hermeticamente fechados), para evitar que o contato com o oxigênio inibisse a produção da enzima hidrogenase, extremamente importante na produção biológica de hidrogênio.
Na água residuária foi inoculado um conjunto de microrganismos de diferentes classes coletado em sistemas de tratamento biológico de esgotos sanitários. De acordo com a pesquisadora, o inóculo também pode ser obtido a partir do próprio lodo formado nos sistemas biológicos de tratamento industrial.
Porém, é necessário um pré-tratamento para eliminar as chamadas arqueas metanogênicas, um tipo de microrganismo capaz de consumir o hidrogênio produzido para formar metano, algo indesejável nesse caso.
“O processo biológico anaeróbio tem várias etapas e, em cada uma delas, atua uma classe diferente de microrganismo. Os carboidratos são quebrados em açúcares, ácidos orgânicos, acetato, hidrogênio e, se o processo não for interrompido, em metano”, disse a pesquisadora.
Para evitar que isso aconteça, o inóculo é submetido a um choque térmico e o pH do meio é reduzido para 5,5. O pré-tratamento causa a eliminação das arquéias metanogênicas, enquanto as bactérias úteis para o processo apenas entram em estado vegetativo, voltando a se multiplicar quando as condições se tornam favoráveis.
“É um método fácil e barato e só é necessário fazê-lo uma vez. Depois posso reaplicar o inóculo em outra amostra quando acabar o substrato no reator. Por enquanto, estamos usando apenas a configuração de reator em batelada (frascos com quantidades limitadas onde a reação ocorre até o substrato acabar e depois é preciso reabastecer). O próximo passo é testar em um reator de fluxo contínuo”, disse Maintinguer.
Além do hidrogênio, resultam do processo alguns ácidos graxos voláteis – como o ácido butírico e o ácido acético – também passíveis de serem transformados em hidrogênio por bactérias fotoheterotróficas.
“Elas consomem esses ácidos na presença da luz e liberam mais hidrogênio, elevando assim o rendimento”, explicou a pesquisadora.
Na avaliação de Maintinguer, o Brasil tem um grande potencial para ser referência em tecnologia do hidrogênio e é beneficiado pelo fato de ser um país tropical, com temperaturas médias anuais em torno de 25ºC – favorável ao desenvolvimento de bactérias.
“Em países como Holanda e Alemanha é preciso aquecer os reatores para que o processo seja bem sucedido”, comentou.
O Ministério de Minas e Energia tem planos para introduzir o hidrogênio na matriz energética do país até 2025, inclusive como combustível automotivo. Uma das metas do governo brasileiro é que, após 2020, toda a produção do gás seja obtida a partir de fontes renováveis.





















Mapeamento revela dados inéditos sobre Segurança Alimentar no Brasil

Por José Maria Filho – Jornalista MTb 19.852

O estudo coordenado pelo MDS- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome traz informações sobre bancos de alimentos, cozinhas comunitárias, restaurantes populares, além de identificar 1.331 feiras agroecológicas ou com produção orgânica em 624 municípios

A promoção da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros e a implantação de políticas e ações que garantam o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) estão cada vez mais no centro das atenções de gestores estaduais e municipais, e o governo federal tem um papel imprescindível no fomento dessas ações em todo o país.
Essa é a principal conclusão de um mapeamento inédito, divulgado nesta semana pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Intitulado de MapaSAN, o levantamento retrata a situação atual de estrutura e gestão do Sistema Nacional de Segurança Alimentar (Sisan) em 1.628 municípios, além de 23 estados e do Distrito Federal. Os dados foram coletados entre agosto e novembro de 2014, e o resultado preliminar está disponível no site do MDS.
Nos estados e no DF, o mapeamento buscou identificar os órgãos gestores e as referências do Sisan, além de traçar um diagnóstico de gestão das ações neste setor. Segundo a pesquisa, todos os estados possuem Câmaras de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisans) estruturadas e 79% delas têm trabalhado com a elaboração, aprovação, revisão, avaliação e o monitoramento dos Planos Estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional, principal instrumento de planejamento para colocar em prática ações que promovam a oferta de alimentação adequada à população.
Nos municípios, além das questões relacionadas à gestão, o MapaSAN também inclui registros de quantos e quais são os equipamentos públicos de Segurança Alimentar e Nutricional acessíveis à população, como restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, feiras livres, centrais de abastecimento (Ceasa), mercados públicos e sacolões. Os 1.628 municípios participantes da pesquisa correspondem a 56,8% da população brasileira. Entre eles estão 77% das capitais e 75% das cidades com mais de 200 mil habitantes.

             O estudo destaca o avanço das feiras agroecológicas no Brasil
A quantidade de feiras livres e agroecológicas são o dado que mais chama a atenção no MapaSAN municipal. Ao todo, são 5.119 feiras livres em 1.176 municípios, a maioria delas (83%) com periodicidade semanal, além de 1.331 feiras agroecológicas ou com produção orgânica em 624 municípios. “Esse é um dado muito positivo, porque as feiras representam, ao mesmo tempo, uma boa opção de acesso a alimentos saudáveis para a população e uma boa fonte de renda para os produtores locais, contribuindo para o fortalecimento da agricultura familiar”, analisa Patrícia Gentil, coordenadora-geral de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.
O mapa revela ainda a existência de 951 mercados públicos ou populares em 621 municípios. Esses mercados têm um papel importante na promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada, pois comercializam alimentos não perecíveis e outros itens de primeira necessidade a preços acessíveis, prioritariamente a famílias em situação de vulnerabilidade social.
Outro equipamento público importante registrado na pesquisa são os Bancos de Alimentos, que recebem e distribuem gêneros alimentícios a entidades da rede socioassistencial, grupos em situação de insegurança alimentar, escolas públicas, creches, restaurantes populares e cozinhas comunitárias, entre outros beneficiários.
O MapaSAN revela a existência de 124 Bancos de Alimentos em 117 municípios. Em média, esses equipamentos recebem e distribuem mais de 38 mil toneladas de alimentos por mês, que beneficiam quase 5 mil entidades e 11,7 milhões de pessoas. Os Bancos de Alimentos estão presentes em 24 estados, sendo 16 em capitais, com uma cobertura de 60% dos municípios acima de 300 mil habitantes.
Em relação à gestão do Sisan nos municípios, Patrícia Gentil considera positivo o fato de 734 cidades possuírem conselhos locais de segurança alimentar e nutricional. “Eles permitem maior participação social na elaboração e no monitoramento das políticas e ações municipais, o que é muito importante para o fortalecimento do Sisan”, afirma. Dos 1.628 municípios que participaram da pesquisa, 454 afirmaram que há legislação local de Segurança Alimentar e Nutricional e 433 já realizaram uma ou mais Conferências locais de SAN. Alguns, como é o caso de Curitiba (PR), já estão avançando na articulação das ações e programas, com bons resultados práticos. A capital paranaense mantém 20 programas ligados à Segurança Alimentar e Nutricional, que fazem 11,9 milhões de atendimentos por ano e integram diferentes áreas, como saúde, assistência social, agricultura e abastecimento.
Patrícia Gentil informa que o MapaSAN deverá se tornar um levantamento anual e será utilizado como instrumento para aprimorar as ações relacionadas à implantação do Sisan e em todo o país. “Para 2015, estamos avaliando outras dimensões do sistema que serão incorporadas na pesquisa”, acrescenta.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Educação alimentar nutricional



MDS e Fiocruz oferecem curso on line de aperfeiçoamento em “Educação Alimentar e Nutricional”


Por José Maria Filho: Jornalista Mtb 19.852

O curso tem carga horária de 188 horas e as inscrições estão abertas até o dia 28 de fevereiro de 2015

            
Profissionais que atuam no programa Bolsa Família já podem se inscrever no curso online de aperfeiçoamento “Educação Alimentar e Nutricional no Contexto do Bolsa Família”. O curso é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o objetivo de capacitar 700 profissionais em todo país.

As inscrições para o processo de seleção vão até o dia 28 de fevereiro no site de Educação à Distância da Fiocruz. O curso, com carga horária de 188 horas, começa em maio deste ano, e é voltado para profissionais de nível superior ou médio que atuam no programa. Os profissionais deverão concorrer às vagas em equipes formadas por um representante da Assistência Social, um da Educação e um da Saúde.

Segundo a nutricionista da coordenação geral de Educação Alimentar e Nutricional do MDS, Luisete Bandeira, o ministério tem uma grande preocupação com o estado nutricional das crianças do Bolsa Família. “A formação dos profissionais é essencial para garantir a oferta de serviços qualificados às famílias, principalmente no que se refere à promoção da qualidade de vida e formação de hátitos alimentares e saudáveis”, explica.

O coordenador local ou substituto regulamentar do Bolsa Família deve encaminhar, pelos Correios, os documentos dos candidatos conforme Edital. Os interessados podem obter mais informações pelos canais abaixo:
(61) 2030-1588


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015








De Onde Vem?

Idec lança campanha sobre a importância da origem dos alimentos no Brasil


Por José Maria Filho: Jornalista MTb 19.852

A Campanha promove o direito dos consumidores à informação sobre onde e como os alimentos são produzidos, a primeira fase fez alusão a ingredientes típicos de receitas de festas de final de ano.


O Idec -Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor acaba de lançar a campanha De onde vem? para sensibilizar os consumidores sobre a importância da rastreabilidade dos alimentos – ou seja, a capacidade de se rastrear por todas as etapas de produção, processamento e distribuição até chegar ao consumidor final. Com a De onde vem?, é possível se informar sobre as vantagens de conhecer a origem dos alimentos, como esse tema se dá no Brasil e, ainda, se cadastrar para receber mais informações. Foram elaboradas também peças de comunicação sobre o tema, que serão compartilhadas nas redes sociais. As primeiras peças foram com a pergunta De onde vem?”foram relacionadas a alimentos típicos das festas de final de ano. Nesse mês de janeiro, outras peças estão sendo veiculadas com os alimentos mais consumidos no verão.
Apesar de não haver regulação sobre o tema no Brasil, como já ocorre em outros países, o Idec realizou uma pesquisa e identificou que algumas redes supermercadistas já possuem programas voluntários de rastreabilidade, porém, ainda insuficientes. O Instituto identificou, em visita aos supermercados, que o maior problema está nos alimentos a granel: apenas 0,06% dos alimentos apresentam alguma informação ao consumidor. Entre os alimentos embalados, são 42,6%. Os alimentos orgânicos têm vantagem - são 56,5% contra 28,7% dos convencionais. “O ideal seria que nas gôndolas um cartaz indicasse algumas informações, tais como: o produto e variedade, o produtor e o centro de distribuição - quando houver, CPF/CNPJ, endereço, data de produção, lote e se houve uso ou não de agrotóxicos”, explica Renata Amaral, pesquisadora do Instituto.
Existem diversos benefícios na rastreabilidade, como a valorização dos alimentos orgânicos e agroecológicos, o respeito à produção socialmente justa e a possibilidade de escolher alimentos elaborados próximos do consumidor, ou seja, com menos emissões de carbono para a distribuição. “Além disso, saber de onde vem o alimento e por onde ele passou permite identificar os responsáveis por problemas da cadeia de fornecimento de alimentos, além de dar agilidade aos processos de recall quando há alguma violação sanitária”, reitera Renata.
Com base no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, que prevê informação clara e adequada como direito básico, o Idec entende que esse tipo de dado deve estar mais acessível ao consumidor, ampliando o seu poder de escolha. Além disso, caso haja alguma irregularidade nesse produto, será mais fácil a adoção de medidas junto a toda a cadeia produtiva.

Mais informações sobre a Campanha acesse: http://www.idec.org.br/especial/de-onde-vem

Chefe Bela Gil!





O título, da Editora Globo foi apresentado ao público nesta quarta-feira (20) na Livraria Cultura do Nacional, em São Paulo e contou com a participação de mais de mil convidados.
Distribuídas por mais de 170 páginas primorosas, as delícias do “Bela Cozinha as receitas de Bela Gil”, a chef que apresenta programa no canal GNT é apresentado em por capítulos: cremes e sopas, legumes e folhas verdes, petiscos, dia a dia, molhos e finaliza com sobremesas de encher os olhos.
Bela Gil, filha do cantor e compositor Gilberto Gil, desde criança vigiava a avó na cozinha, mas segundo ela não colocava a mão na massa. Na adolescência, começou a praticar ioga e percebeu que a comida influenciava desde a saúde física e mental até a sua tomada de decisões.
Então decidiu estudar o poder dos alimentos como forma de prevenção de doenças, a exemplo da ayurveda e da macrobiótica. Como foi morar sozinha no exterior precisou cozinhar para comer bem. Valoriza os produtos orgânicos e frescos e acredita na construção de um futuro saudável, justo e gostoso de viver.
Bela Cozinha - as receitas de Bela Gil
Editora Globo- 174 pág.
R$ 49,90

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015