quinta-feira, 5 de junho de 2014

Mel e o Emagrecimento



 O mel é uma substância doce produzida pelas abelhas a partir do néctar das flores; sua utilização como edulcorante é conhecida em diferentes partes do mundo. Seu alto teor de açúcares, pequenas quantidades de aminoácidos e lipídios, juntamente com algumas vitaminas, minerais e compostos antioxidantes transmite o seu elevado valor nutricional. 
Porém, as amostras de mel que estão disponíveis comercialmente, diferem em qualidade por conta de vários fatores, como as condições geográficas, sazonais e de processamento, fonte floral, embalagens e período de armazenamento.

As propriedades terapêuticas do mel já são reconhecidas e estudadas há muito tempo. Sabe-se que ele tem o poder de proteger o organismo contra vírus, inflamações, radicais livres e até mesmo câncer. O trato gastrointestinal (TGI) contém grande quantidade de bactérias essenciais e benéficas, especialmente bifidobactérias. Tem sido sugerido que o mel pode aumentar a quantidade dessas bactérias no TGI devido à presença de fibras prebióticas em sua composição.

Mais recentemente, têm-se atribuído ao mel propriedades emagrecedoras. A revista Corpo a Corpo número 302 apresentou a matéria de capa a seguinte frase “Dieta do mel emagrece três quilos em um mês e mata a fome de doce”.

Um estudo publicado pela revista International Journal of Food Sciences and Nutrition investigou o efeito do consumo de mel sobre o peso e alguns parâmetros bioquímicos em pacientes diabéticos. Eles demonstraram que seu consumo pode proporcionar efeitos benéficos sobre o peso corporal e lipídios no sangue de pacientes diabéticos. 

Entretanto, devido ao aumento da hemoglobina glicada, seu consumo deve ser cauteloso. Outro estudo, dessa vez conduzido em ratos, observou que em comparação à sacarose o mel pode reduzir o ganho de peso e adiposidade, provavelmente devido à menor ingestão de alimentos por parte dos ratos que receberam mel ao invés de açúcar.


Os estudos ainda são muito escassos, faltam dados que justifiquem e comprovem essa suposta propriedade emagrecedora do mel. Temos que ter bom senso nesse caso, pois o mel pode ter valor nutricional interessante, mas não deixa de ser uma fonte de carboidrato, na forma de frutose, cujo consumo excessivo pode ser prejudicial a saúde. 


Além disso, é importante considerar que não existe um único alimento capaz de promover perda de peso – os efeitos benéficos só serão alcançados com o consumo de uma dieta nutricionalmente equilibrada.
Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional

REFERÊNCIAS
YAGHOOBI, N.; AL-WAILI, N.; GHAYOUR-MOBARHAN, M.; et al. Natural Honey and Cardiovascular Risk Factors: Effects on Blood Glucose, Cholesterol, Triacylglycerole, CRP, and Body Weight Compared with Sucrose. The Scientific World Journal; 8: 463-469, 2008.
BAHRAMI, M.; ATAIE-JAFARI, A.; HOSSEINI, S.; et al. Effects of natural honey consumption in diabetic patients: an 8-week randomized clinical trial. Int J Food Sci Nutr; 60(7): 618-626, 2009.
NEMOSECK, T.M.; CARMODY, E.G.; FURCHNER-EVANSON, A.; et al. Honey promotes lower weight gain, adiposity, and triglycerides than sucrose in rats. Nutr Res; 31(1): 55-56, 2011.
CORTÉS, M.E.; VIGIL, P.; MONTENEGRO, G. The medicinal value of honey: a review on its benefits to human health, with a special focus on its effects on glycemic regulation. Cien Inv Agr; 38(2): 303-317, 2011.
AJIBOLA, A.; CHAMUNORWA, J.P.; ERLWANGER, K.H.; et al. Nutraceutical values of natural honey and its contribution to human health and wealth. Nutr Metab; 9:61, 2012.




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