quarta-feira, 5 de agosto de 2015



O intestino como órgão chave do atleta: suplementos de modulação funcional 

         O trato gastrointestinal apresenta diversas funções fisiológicas, sendo a digestória e o fornecimento de nutrientes aos demais órgãos as mais importantes. Além disso, possui capacidade de interação com outros órgãos, devido a suas ações imunológica e neuro-endócrina1.
         Sua integridade é influenciada diretamente pela composição da microbiota. Em um estado saudável, os micro-organismos vivem em sinergia; no entanto, alguns fatores presentes em nosso cotidiano (como a má alimentação e o estresse) geram desequilíbrios na composição da microbiota intestinal e por consequência, interferem na sua integridade 2-4.
         A atividade física tem sido proposta como protetora deste sistema. Alguns estudos mostram que a prática regular de exercícios favorece a saúde intestinal, com possível modulação do microbioma local 5-6.
         O contrário também é evidente e muitas pesquisas que envolvem saúde gastrointestinal e exercício identificam que certas modalidades podem impactar negativamente na integridade do intestino7.
         Certamente, as modalidades de longa duração e alta intensidade são as mais afetadas por estas alterações. Como possível explicação, Oliveira et. al. (2014)7 identificaram que a falta de hidratação e a redução do fluxo sanguíneo no trato gastrointestinal contribuem para os comuns sintomas do trato gastrointestinal (como diarreia e vômito). Com estas alterações, torna-se perceptível a queda do desempenho do atleta, fato que pode prejudicar a sua evolução na modalidade praticada.
Estratégias para prevenir estas condições devem ser consideradas no planejamento nutricional. Pyne et al (2015)8 mostram que o uso de probióticos pode ser interessante, principalmente em modalidades exaustivas, uma vez que melhora a composição da microbiota intestinal e reduz a sintomatologia.
Além dos probióticos, outras condutas podem ser aplicadas, como o fornecimento de nutrientes reparadores da mucosa intestinal e a adequada hidratação9. Com estas estratégias, prevenimos alguns problemas que podem ser determinantes para a performance do atleta.

Referencias Bibliográficas
HALL, J.E. et al. Tratado de fisiologia médica.Rio de Janeiro: Elsevier, 12 ed, 2011.
Kumar, H.; Salminen, S.; Verhagen,, H. et al Novel probiotics and prebiotics: Road to the market. Curr Opin Biotechnol; 32:99-103, 2014.
Conlon, M.A.; Bird, A.R. The impacto d fiet and lifestyle on gut microbiota and human helath. Nutrients; 7(1):17-44, 2014.
Schippa, S.; Conte, M.P. Dysbiotic events in gut microbiota: impacto n human health. Nutrients; 6(12):5786-5805, 2014
O´SULLIVAN, O.; CRONIN, O.; CLARKE, S.F. et al. Exercise and the microbiota. Gut Microbes; 6(2):131-6, 2015.
MIKA, A.; VAN TREUREN, W.; GONZALEZ, A. et al. Exercise is more effective at altering gut microbial composition and producing stable changes in lean mass in juvenile versus adult male F344 rats. Plos One; 10(5):e889, 2015.
OLIVEIRA, E.P.; BURHINI, R.C.; JEUKENDRUP, A. Gastrointestinal complaints during exercise: prevalence, etiology, and nutritional recommendations. Sports Med; 44 (Suppl 1): S79-85, 2014.
PYNE, D.B.; WEST, N.P.; COX, A.J. et al. Probiotics supplementation for athletes- clinical and physiological effects. Eur J Sport Sci; 15(1):63-72, 2015.
BERMON, S.; PETRIZ, B.; KAJENIENÉ, A. et al The microbiota: an exercise immunology perspective. Exerc Immunol Rev; 21:70-9, 2015.       
        


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