De Onde Vem?
Idec lança campanha sobre a importância
da origem dos alimentos no Brasil
Por José Maria Filho: Jornalista MTb
19.852
A
Campanha promove o direito dos consumidores à informação sobre onde e como os
alimentos são produzidos, a primeira fase fez alusão a ingredientes típicos de
receitas de festas de final de ano.
O Idec -Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor acaba de lançar a campanha De onde vem?
para sensibilizar os consumidores sobre a importância da rastreabilidade dos
alimentos – ou seja, a capacidade de se rastrear por todas as etapas de
produção, processamento e distribuição até chegar ao consumidor final. Com a De
onde vem?, é possível se informar sobre as vantagens de conhecer a origem
dos alimentos, como esse tema se dá no Brasil e, ainda, se cadastrar para
receber mais informações. Foram elaboradas também peças de comunicação sobre o
tema, que serão compartilhadas nas redes sociais. As primeiras peças foram com
a pergunta De onde vem?”foram relacionadas a alimentos típicos das festas de
final de ano. Nesse mês de janeiro, outras peças estão sendo veiculadas com os
alimentos mais consumidos no verão.
Apesar de não haver regulação
sobre o tema no Brasil, como já ocorre em outros países, o Idec realizou uma pesquisa
e identificou que algumas redes supermercadistas já possuem programas
voluntários de rastreabilidade, porém, ainda insuficientes. O Instituto
identificou, em visita aos supermercados, que o maior problema está nos
alimentos a granel: apenas 0,06% dos alimentos apresentam alguma informação ao
consumidor. Entre os alimentos embalados, são 42,6%. Os alimentos orgânicos têm
vantagem - são 56,5% contra 28,7% dos convencionais. “O ideal seria que nas
gôndolas um cartaz indicasse algumas informações, tais como: o produto e
variedade, o produtor e o centro de distribuição - quando houver, CPF/CNPJ,
endereço, data de produção, lote e se houve uso ou não de agrotóxicos”, explica
Renata Amaral, pesquisadora do Instituto.
Existem diversos benefícios na
rastreabilidade, como a valorização dos alimentos orgânicos e agroecológicos, o
respeito à produção socialmente justa e a possibilidade de escolher alimentos
elaborados próximos do consumidor, ou seja, com menos emissões de carbono para
a distribuição. “Além disso, saber de onde vem o alimento e por onde ele passou
permite identificar os responsáveis por problemas da cadeia de fornecimento de
alimentos, além de dar agilidade aos processos de recall quando há alguma
violação sanitária”, reitera Renata.
Com base no artigo 6º do Código de
Defesa do Consumidor, que prevê informação clara e adequada como direito
básico, o Idec entende que esse tipo de dado deve estar mais acessível ao
consumidor, ampliando o seu poder de escolha. Além disso, caso haja alguma
irregularidade nesse produto, será mais fácil a adoção de medidas junto a toda
a cadeia produtiva.
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