Em 2014, a sociedade amadureceu em relação à busca de uma alimentação mais saudável, produzida de forma ecológica e distribuída com justiça sócio-econômica. No entanto, como revela o recém-lançado Relatório dos Direitos Humanos no Brasil 2014, ainda há transformações urgentes que precisam ocorrer em 2015. Vamos juntos nutrir as boas mudanças?
Renova-se a esperança de uma sociedade
baseada na agroecologia
Por Susana Prizendt
Ao longo desse ano, a consciência e o
reconhecimento de que é necessário reestruturar nosso sistema de produção e
consumo de alimentos se expandiram sensivelmente. Organizações internacionais
importantes, como a própria ONU/FAO, se manifestaram para mobilizar os governos
e a sociedade civil em direção ao cultivo de base agroecológica, rompendo com
as ideias que sustentam o atual modelo, baseado em monoculturas e alta
densidade no uso de agrotóxicos.
No mês em que representantes de
diversos países se reuniram na 20ª
Conferência das Partes (COP 20) da Convenção Marco das Nações
Unidas sobre a Mudança Climática, que aconteceu em Lima, no Peru,
cientistas especializados no tema, como Kirtana Chandrasekaran e Martín Drago,
coordenadores do programa de Soberania Alimentar da Amigos da Terra
Internacional, publicaram um artigo, divulgado pelo portal Envolverde/IPS, em
que afirmam:
"Para erradicar a fome é
imprescindível aumentar a renda dos setores empobrecidos e contribuir para que
os produtores de alimentos em pequena escala possam manter seu modo de vida,
para se alimentarem e alimentarem o mundo de forma sustentável".
No Brasil, a publicação do novo Guia
Alimentar, contendo recomendações para que as pessoas dêem preferência aos
alimentos in natura ou preparados em casa, seguindo as características
regionais, demonstra como nosso país está acompanhando o mundo no percurso rumo
à agroecologia.
Programas que incentivam a produção de
base agroecológica ganharam espaço em meio ao ainda forte domínio do modelo
baseado na concentração de renda e no uso de substâncias tóxicas que caracterizam
o agronegócio.
Mas, se alguns passos importantes já
estão sendo dados, eles ainda são tímidos frente a urgente necessidade de
revermos nossos pilares no setor agroalimentar.
A gravíssima crise hídrica, que assola
boa parte do país, possui suas origens na forma destrutiva como os seres
humanos se relacionam com a natureza e dela extraem seus alimentos.
O recém-lançado Relatório dos Direitos
Humanos no Brasil 2014 contém artigos que abordam esse tema e trazem mais luz
sobre o caminho que precisamos seguir para conquistar um reequilíbrio.
Nós, agentes dedicados ao processo da
mudança agroecológica, convidamos a todos para virem semear conosco nesse novo
ano que em breve se iniciará. Que nossas sementes possam crescer repletas de
vitalidade e nutrir com harmonia e solidariedade todos os seres humanos.
Viva 2015!
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