sexta-feira, 12 de junho de 2015

Atletas paraolímpicos: o papel do nutricionista (congresso esportiva)

Muitos fatores contribuem para o sucesso no esporte, como a motivação, técnica e hábitos de vida saudáveis, que incluem o consumo adequado de nutrientes.
São diversos os estudos que relacionam a nutrição com os resultados positivos no esporte, visto que a alimentação adequada proporciona melhor aproveitamento do treinamento e capacidade de recuperação entre os treinos, manutenção da composição corporal, agilidade e concentração em fases em que há necessidade, além de contribuir para a redução do risco de infecções e lesões1-3.
A importância da nutrição para atletas paralímpicos não seria diferente. Inclusive, estes atletas podem ser acometidos com maior fragilidade e risco para doenças metabólicas4, itens que reforçam a necessidade do apropriado aporte nutricional para essa população.
Assim, como nutricionistas, devemos nos atentar ao tipo de deficiência que o paciente apresenta, bem como às alterações metabólicas e outros riscos envolvidos com as desordens apresentadas.
Estes critérios devem ser associados ao tipo e tempo dispendido nos treinos, posição do paciente na modalidade escolhida, condições climáticas em que realizam a atividade e calendário de competições, levando em consideração a alta prevalência de lesões e infecções (principalmente de trato respiratório) devido às alterações hormonais e imunológicas, que muitas vezes estão relacionadas à sobrecarga do treino 5,6.
Recentemente, um estudo com nadadores paralímpicos mostrou que no período pré-competição são identificadas alterações em marcadores imunológicos, principalmente nos níveis de imunoglobulina A secretória (IgAs), sugerindo supressão nas respostas imunes de mucosa e maior risco de infecções que envolvem este tecido7.
Neste critério, a nutrição pode auxiliar na modulação destas respostas imunológicas, prevenindo quedas no rendimento. Estudos apontam que nutrientes imunomoduladores como zinco, glutamina, probióticos, vitamina D e A, vitaminas do complexo B, ômega 3 entre outros, podem ser utilizados como profilaxia de eventos imunológicos nestes momentos 8-10.
Vale ressaltar a importância da avaliação individual do atleta, para a identificação de possíveis interações dos nutrientes com outras terapias utilizadas.
Assim, o papel do nutricionista é fundamental para os resultados assertivos, que favorece o aumento na participação de para-atletas em eventos competitivos, desde os jogos olímpicos de Londres de 194811.

Não perca essa palestra no XI Congresso Internacional de Nutrição Funcional que acontecerá no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, de 10 a 12 de setembro.

Referencias Bibliográficas

1.PINGITORE, A.; LIMA, G.P.; MASTORCI, F. et al. Exercise and oxidative stress: potential effects of antioxidant dietary strategies in sports. Nutrition; 31(7-8):916-922, 2015.
2.KEDIA, A.W.; HOFHEINS, J.E. HABOWSKI, S.M. et al. Effects of a pre-workout supplement on lean mass, muscular performance, subjective workout experience and biomarkers of safety. Int J Med Sci; 11(2):116-26, 2014.
3.ORMSBEE, M.J.; MANDLER, W.K.; THOMAS, D.D. et al. The effects of six weeks of supplementation with multi-ingredient performance supplements and resistance training on anabolic hormones, body composition, strenght, and Power in resistance-trained men. J Int Soc Sports Nutr; 9(1):49, 2012.
4.McCLOSKEY, B.; ENDERICKS, T.; CATCHPOLE, M. et al. London 2012 Olympic and Paralympic games: public health surveillance and epidemiology. Lancet; 383(9934):2083-9, 2014.
5.JEFFERIES, P.; GALLAGHER, P.; DUNNE, S. The paralympic athlete: a systematic review of the psychosocial literature. Prosthet Orthot Int; 36(3):278-89, 2012.
6.PEDESEN, B.K.; HOFFMAN- GOETZ, L. Exercise and the immune system: regulation, integration and adaption. Physiol Res; 80(3):1055-81, 2000.
7.EDMONDS, R. BURKETT, B.; LEICHT, A. et al. Effects of chronic training on heart rate variability, salivar IgA and salivar alpha-amylase in elite swimmers with disability.Plos one; 10(6):749,2015.
8.GLEESON, M.; WILLIAMS, C. Intense exercise training and immune function. Nestle Nutr Inst Workshop Ser; 76:39-50,2013.
9.GLEESON, M.; NIEMAN, D.C.; PEDERSEN, B.K. Exercise, nutrition and immune function. J Sports Sci; 22(1):115-25, 2004.
10.CALDER, P.C.; KEW, S. The immune system: a target for functional foods? Br J Nutr; 88 (Suppl 2): S165-77, 2002.
11.WEBBORN, N.; EMERY, C. Descriptive epidemiology of Paralympic sports injuries. PM R; 6(8 Suppl): S18-22,2014.


         

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